Operação Tântalo investiga desvio de verbas de merenda escolar em RR

Boa Vista/RR - A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (4/12) a Operação Tântalo, com o objetivo de desarticular organização criminosa envolvida em desvios de recursos públicos de merenda escolar no âmbito do Programa Mais Educação, entre os anos de 2016 e 2018.

A PF cumpre 5 mandados de prisão preventiva e 7 mandados de busca e apreensão, em Boa Vista/RR, e conta com o apoio do Ministério Público Federal. Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara da Justiça Federal em Roraima. Foram concedidas, ainda, a quebra do sigilo bancário e fiscal dos envolvidos.

O Inquérito Policial foi instaurado em setembro de 2018 e, com poucos meses de investigação, já foi possível apurar várias irregularidades e desvios que ocorriam no fornecimento de alimentos para merendas das escolas, no estado de Roraima. O esquema criminoso já estaria em andamento, no início de 2016, e contava com o falso atesto de recebimento de produtos adquiridos pelo Estado. Desta forma, a empresa responsável pelo fornecimento dos alimentos fazia a entrega parcial dos produtos faturados ou os substituíam por produtos mais baratos, recebendo o atesto de recebimento integral destes por servidores integrantes do esquema.

Depoimentos relatam que, no início da fraude, a empresa deixava de entregar por volta de 30% dos produtos faturados, mas nos últimos meses a situação se agravou a ponto de não se entregar produto algum, o que foi constatado, inclusive, in loco, pela equipe de investigação.

Somente de março a novembro de 2018, o Estado de Roraima recebeu mais de R$ 5 milhões do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE.

Diligências policiais realizadas em várias escolas indicam que há meses não é fornecida proteína alguma para os alunos. Em alguns casos, os policiais constataram que os funcionários das escolas realizavam compras, com recursos próprios, para tentar melhorar a alimentação das crianças, como ossos para incrementar o feijão, o qual foi encontrado vencido em várias escolas.

Agentes públicos e políticos participam do esquema e são alvos das medidas que estão sendo cumpridas.

Tântalo faz referência ao personagem da mitologia grega que foi castigado a nunca conseguir alcançar água e alimentos, apesar de viver cercado destes em abundância, restando em eterno suplício.

Fonte: Comunicação Social da Polícia Federal em Roraima