O Policial Federal é mais que uma coletânea de valores econômicos: salários e diárias. Outrossim, está acima de conceitos e ideologias políticas e/ou partidárias. O Policial Federal é sim um produto das suas próprias escolhas; dentre as quais, a mais importante é o patriotismo. Um Policial Federal que não leva, cravado no próprio peito, a insígnia da instituição, do patriotismo e da Bandeira Nacional do Brasil 🇧🇷 , é, em última análise, um deslocado perante os seus colegas de profissão e da honrosa missão de defender e proteger a sociedade brasileira.
Todas as ações e atitudes do Policial Federal, devem seguir um sistema de formas, normas e condutas que fortaleçam todo o organismo da força policial. A sua característica essencial é constituída pelo carácter da necessidade, no sentido de que nada pode ser alterado ou desvirtuado dos preceitos constitucionais, tudo deve permanecer como é e determina a lei. O Policial Federal é coerente, não suporta nem tolera o ato criminoso, independente de quem seja o delinquente ou o infrator.
Há aqueles atraídos para exercer o ofício e ser um Policial Federal, alinhados, precipuamente, com o interesse de angariar vantagens econômicas e/ou ter uma estabilidade de emprego. Mas, pela falta de vocação profissional, logo são cooptados por outros interesses. Esquecem dos valores e deveres da função pública que exercem e passam a duvidar, a questionarem os atos e ações de cumprimento dos mandados judiciais. Confundindo as suas funções com os seus posicionamentos políticos-partidários.
Talvani Lima
Adolfo estará, brevemente, entrando no seleto grupo dos sessentões. Em razão da ausência da extinta cabeleira, restam-lhe poucos, mas fiéis cabelos brancos. Por esta razão a sua idade, para muitos, aparenta dois ou três anos mais. Este fato contribui para que ele, aos 58 anos, passasse por momentos hilário, vexatório ou até mesmo cômico, para quem estar por trás da vitrine, nas conhecidas filas preferenciais.
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Certo dia Adolfo se dirigiu a uma determinada agência bancária para fazer uma operação de praxe. Lá, uma educada funcionária olhou-o e, de pronto, deu-lhe a senha número 10.
Dirigiu-se às cadeiras.
Ao seu lado, uma senhora incomodada pela morosidade natural, perguntou-lhe o número da sua senha. A minha senha, Senhora, é a de número dez. Disse Adolfo.
Ela, indiscreta, evidenciando suspeita, estica o pescoço, franze a testa e replica: O Senhor é preferencial? A pergunta curiosa exigiu que Adolfo pusesse os óculos e atento confirmasse a sua senha. E lá estava: “Preferencial 10”
Aturdido, respondeu-lhe incontinenti e mentirosamente: Sim, sou preferencial. Ela olhou-o mais uma vez e com os olhos desconfiados passou a folhear, desassossegada, uma revista semanal.
No mês seguinte, como de costume, Adolfo se dirigiu novamente a mesma agência.
Lá, outra funcionária, indiscreta, o atendeu. Após o cumprimento de boas vindas Adolfo se antecipa; Senhorita, por gentileza: uma senha para uma transferência bancária, mas não sou preferencial.
A simpática funcionária parou por segundos a operação em andamento, e indiscretamente assim se dirigiu: “Desculpa, mas o senhor não é preferencial?”
Não senhorita, falta-me dois anos para entrar nesse seleto grupo. Disse Adolfo.
Foi às cadeiras de espera e lá ficou rindo e a pensar: “Se correr o bicho pega; se ficar o bicho come”
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Outro dia, Adolfo se dirigiu apressadamente a outra agência para fazer uma transferência bancária. Em face da urgência chegou 10 a 15 minutos antes da abertura do banco e ficou numa fila onde já se encontravam entre 10 a 15 jovens. Office boys, talvez, pois portavam, consigo, inúmeras faturas, carnês, etc...
De repente foi surpreendido por um guarda do próprio banco que, sem pedir licença puxa-lhe pelo braço e o leva a outra porta, ainda na parte externa do banco.
Satisfeito por ser o primeiro da fila ficou folheando a “Exame”, aguardando a abertura da agência.
A sua satisfação foi interrompida quando, de repente, se aproxima um senhor octogenário e o indaga:
_ Aqui é a “preferencial?”
Foi quando Adolfo se deu conta de onde se encontrava. Mais uma vez, constrangido e mentirosamente respondeu ao indiscreto velhinho:
Sim, Senhor, aqui é a fila preferencial.
O velhinho desconfiado da suposta mentira foi para a fila, atrás do Adolfo.
Instante depois Adolfo percebeu, pelo rabo de olho, que já se encontrava atrás de si em torno de dez a quinze verdadeiros velhinhos.
Muito constrangido ficou ansioso aguardando a abertura do banco quando a passos curtos e lentos foi à sua presença outro velhinho e, com a sinceridade de uma criança olhou-o dos pés a cabeça, afirmando para os demais: “Eu também acho que ele não tem sessenta anos!”
Bastante acuado, Adolfo pensou em retornar para a fila de origem, mas aquela já estava quilométrica.
Ficou na “preferencial” olhando as palavras da revista, sem, contudo, assimilar o seu conteúdo.
Às dez horas, exatamente, abrem-se as portas e Adolfo se dirige apressadamente à fila de direito.
Com um olhar desconfiado olha para o Caixa “Preferencial” e lá avista os seus ex-colegas de fila, os sábios e sinceros velhinhos olhando para um lado, para outro, a procura, com certeza, do Adolfo cara-de-pau.
Abilio, 7 jul 2011Bolsa Família
Antes de tratar do tema “Bolsa Família” irei ilustrá-lo com duas pequenas histórias.
1. Certo dia, Pedro Trindade, um homem político e caridoso ganhou um premio na loteria. Tornou-se rico. Sem nenhuma visão empresarial passou a distribuir dinheiro para os familiares e para as pessoas mais próximas e necessitadas. Estes passaram a viver melhor na sombra do amigo milionário. Os comerciantes que faziam parte do seu círculo de amizade foram, também, beneficiados com empréstimos em longo prazo e juros baixíssimos. E muitos deles, em razão da amizade, foram agraciados com a anistia.
Pedro Trindade era tido e reconhecido como o pai dos pobres.
O tempo foi passando e com ele a redução da gordura monetária adquirida, até que um dia o velho Pedro, sem recursos, ficou impossibilitado de distribuir os auxílios costumeiros e já arraigados na vida diária de cada um daqueles moradores. O resultado foi o esperado: Voltaram todos à miséria com exceção dos seus “amigos” inescrupulosos que usaram desvairadamente o dinheiro recebido na aquisição de bens materiais tais como casas e carros luxuosos, fazendas etc.
2. O mesmo prêmio foi recebido por um pequeno empresário da cidade. Este, de imediato, colocou os seus filhos no colégio, desenvolveu o seu comércio, abriu outros, criou indústrias, abriu algumas estradas para o escoamento sempre crescente dos seus produtos, resultando no emprego de milhares de moradores da cidade.
O resultado foi o crescimento da região, a redução do desemprego, a melhora na qualidade de vida e o bem-estar da população.
Bolsa Família
Com argumentos concretos podemos, com razão, contestar a política heterodoxa praticada na gestão da presidente Dilma, assim como, sem medo, criticar a pífia e perigosa política externa da sua gestão. Mas, convenhamos: Se não fora a política de inclusão social, assistencialista ou populista ou o que seja, hoje as grandes cidades nordestinas estariam invadidas pelo flagelo, assim como ocorreu há vinte e alguns anos. É fato.
Acontece que essa política do programa bolsa-família, além da existência latente do assistencialismo e do populismo eleitoral é perigosa por não existir a contrapartida do trabalho e, por conseguinte, a produtividade.
O Brasil, hoje, graças as reservas acumuladas nas exportações de commodities para a China, principalmente, possui, ainda, aproximadamente US$200 bilhões, mas que estará se esvaindo dentro de dois anos conforme prenuncia alguns analistas econômicos.
E aí? Como ficarão as famílias do bolsa-família? Como ficará o governo?
A política da presidente Dilma foi errônea. Conseguiu, sem dúvida, tirar milhares de famílias temporariamente da miséria. Tornou-se a mãe dos pobres. Ganhou a eleição. Apostou no consumo ao invés de ter aplicado as suas fichas no apoio ao desenvolvimento das indústrias e da infraestrutura. O consumo é consequência. As indústrias estão, coitadas, passando por um momento jamais visto, exceção daquelas que foram aquinhoadas com bilhões de recursos extraídos dos nossos bolsos tendo como intermediário o bondoso Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES.
Concluindo: Se hoje eu tivesse de optar sobre o programa Bolsa família votaria incontinenti a favor em razão da precariedade e da necessidade premente que passa, no momento, o nosso sertanejo. Mas, presidente Dilma: reveja. Existe um caminho mais direcionado para o correto. Que o siga no futuro.
Aliás, aprendi que para ser um bom administrador, seja em que área for, não convém ser bonzinho; necessário que seja honesto e sensato consigo, e, principalmente, obediente aos princípios da administração pública.
Abilio, 8 jan 2015.
Na política existe um fenômeno por demais ultrapassado e persistente, mas, infelizmente, não é percebido pelas pessoas ou comunidades envolvidas em face das regras imprudentes, paixões e interesses individuais.
Não me refiro exatamente aos famigerados “currais eleitorais”, em extinção, onde o “coronel” detém a sua “manada de eleitores” como mercadoria fosse, para ser exposta nos períodos eleitorais.
Mas o fenômeno sobre o qual me refiro e o chamo de “bolha política” é tão horrendo quanto os currais eleitorais. Nestes, o eleitorado submisso é geralmente analfabeto. Até se perdoa. Naquele, existe um agravante, as pessoas que a compõe são, na sua maioria, esclarecidas.
Essas bolhas, espalhadas nos mais diversos recantos do país, lideradas por políticos macabros e inescrupulosos são compostas por um invólucro costurado por interesses os quais levam as pessoas que a compõem a só enxergar o seu campo de ação, a só escutar o que lhes interessa e a só ler o que lhes é conveniente. São, ainda, constituídas por pessoas interesseiras, ambiciosas, ideologicamente pobres, desprovidas do sentimento humanitário e da cidadania e, muitas delas, colocando a sua própria honra e a da sua família em troca de favores, de um emprego ou dinheiro fácil.
Podemos, por fim, afirmar que esse fato torna essas pessoas limitadas e míopes politicamente.
Privilegiado é, portanto, aquele que ausente dessa bolha possua uma visão macro, sadia e imparcial da política.
Aproxima-se o segundo turno para elegermos o(a) futuro(a) presidente da república e o governador do Estado.
Não vote com o coração, pois este consulta apenas a sua alma; vote com a razão, pois esta está atenta a sua consciência.
Abilio, 9 out 2014
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