PF cumpre mandados contra grupo que gerou fraude R$ 15 milhões em aposentadorias rurais no Ceará

Operação cumpre também 16 mandados de busca e apreensão. Os trabalhos ocorrem em Fortaleza, Redenção, Maracanaú, Acarape e Pacatuba. A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quarta-feira (26), três pessoas e cumpriu 16 mandados de busca e apreensão contra uma organização criminosa especializada em fraudar benefícios previdenciários de aposentadoria por idade rural no Ceará. De acordo com a PF, o esquema causou um prejuízo aos cofres públicos de cerca de R$ 15 milhões. Dentre os presos estão um funcionário do INSS, a sua irmã e o pai deste servidor.

Segundo o delegado da PF, Cid Saboia, durante a operação, na manhã desta quarta, agentes conseguiram apreender R$ 333 mil em espécie. Como também documentos que vão ajudar nas investigações.

"Durante as apreensões, já constatamos bastante documentação que entrará sem dúvida e nos ajudar em maiores elucidações. Foram apreendidos até o momento, pois ainda está sendo contabilizado, R$ 333 mil em espécie. Também foi determinado pela Justiça o sequestro de bens, de valores em contas bancárias e tudo com intuito de amenizar o prejuízo causado por essa organização criminosa", disse Cid Saboia.

Os mandados da "Operação Frenesi" são cumpridos nas cidades de Fortaleza, Redenção, Maracanaú, Acarape e Pacatuba. O número de presos ainda não foi confirmado pela polícia.

Segundo a Polícia Federal, as investigações identificaram um servidor do INSS que estaria à frente da organização, envolvendo seus familiares e outras pessoas. Foram analisados pela Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista (CGINT), cerca de 600 benefícios deferidos pelo servidor da autarquia previdenciária que causaram o prejuízo milionário.

As investigações iniciaram em 2014 a partir de notícias recebidas pela CGINT da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, dando conta de possível esquema fraudulento para concessão de benefícios rurais. A Polícia Federal ressaltou que com o fim do grupo criminoso impediu que fossem pagos um montante de quase R$ 160 milhões.

"Com a desarticulação desse esquema criminoso permitiu uma economia de valores futuros que seriam pagos e não vão ser mais pagos porque esses benefícios vão ser suspensos. Só essa economia projetando ali pela expectativa de sobrevida média da população dá um montante ao entorno a R$ 150 a R$ 160 milhões que seriam pagos até o falecimento dessas pessoas", afirmou o delegado da PF, Cid Saboia.

Propina em empréstimos consignados

De acordo com a Polícia Federal, o chefe da organização atuava concedendo benefícios rurais de aposentadoria por idade para pessoas da área urbana, que nunca foram trabalhadoras rurais, em troca de propinas pagas com empréstimos consignados no benefício.

Os envolvidos vão responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, estelionato majorado e inserção de dados falsos em sistemas corporativos do Governo Federal. A Justiça determinou a apreensão de bens móveis e imóveis, e bloqueio de valores em contas bancárias em nomes dos envolvidos.

O nome da operação é uma alusão à frenética atuação do servidor para alcançar seus objetivos, ao realizar os procedimentos fraudulentos de concessão de benefícios previdenciários, havendo casos em que o despacho concessório se deu em menos de quatro minutos.

Fonte: g1.globo.com