A Operação Gaspar decorre de informações compartilhadas obtidas com a Operação Pombo de Ouro
Uruguaiana/RS - Nesta terça-feira (9/3), a Polícia Federal e o Ministério Público Eleitoral do Rio Grande do Sul deflagraram a Operação Gaspar, com o objetivo de investigar a suposta prática de crimes eleitorais e de desvio de recursos públicos, cometidos no decorrer da campanha eleitoral municipal de 2020.
Participam da deflagração 50 policiais federais e 10 membros e servidores do Ministério Público Estadual, para dar cumprimento a 12 mandados de busca e apreensão em Uruguaiana. A medida cautelar de busca e apreensão foi ajuizada pelo Procurador Regional Eleitoral e deferida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS).
As investigações decorrem de informações compartilhadas, com autorização judicial, pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de Santa Catarina, obtidas com a Operação Pombo de Ouro, que apurou indícios de lavagem de dinheiro e financiamento de caixa dois para a obtenção de contratos públicos, sem a devida prestação do serviço naquele Estado. No decorrer das investigações em Santa Catarina, surgiram nomes de pessoas residentes em Uruguaiana e com vinculações políticas, dando início à Operação Gaspar.
Na operação de hoje, investiga-se um suposto esquema de desvio de recursos públicos em contrato para limpeza urbana firmado entre a Prefeitura e uma empresa sediada em Santa Catarina, que presta serviços desde 2017 ao município. Pouco antes das eleições, a empresa contratou varredores de ruas fantasmas, alguns residentes em Santa Catarina, parentes dos próprios empresários investigados, havendo indícios de desvio de parte desses valores para a campanha eleitoral.
O inquérito policial apura o cometimento dos crimes de licitação, omissão em prestação de contas eleitorais e apropriação de bens públicos. As pessoas que figuram como investigadas são agentes públicos e empresários.
Com base no compartilhamento de prova colhida durante a investigação da Operação Pombo de Ouro, em Santa Catarina, o Ministério Público Eleitoral do Rio Grande do Sul representou pela cassação dos mandatos dos agentes públicos investigados. O MPRS também instaurou inquérito civil para investigar possíveis atos de improbidade administrativa cometidos pelos empresários e agentes públicos.
A operação recebeu o nome de Gaspar em alusão ao personagem animado Fantasminha Camarada, considerando que a forma de desvio de recursos teria decorrido da contratação de funcionários fantasmas.
Será realizada entrevista coletiva na Promotoria de Justiça de Uruguaiana (Rua General Hipólito, 3448), às 10h, seguindo todos os protocolos de prevenção à Covid-19. A coletiva será transmitida ao vivo pela página do Ministério Público do Rio Grande do Sul no Facebook (https://www.facebook.com/mprgs ) e pelo Instagram da Polícia Federal RS (https://www.instagram.com/policiafederal_rs ).