Polícia Federal obteve indícios de que uma 'pessoa com prerrogativa de foro' em esquema de corrupção na operação Casa de Papel e desencadeou nova ação para investigar o caso.
A Polícia Federal (PF) desencadeou, nesta quinta-feira (10), a operação Articulata contra corrupção, desdobramento de uma investigação sobre de irregularidade de contratos firmados devido à pandemia por prefeituras. Foram emitidos 11 mandados de busca e apreensão para endereços residenciais, sedes de empresas e em um órgão público pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região.
Os mandados foram para endereços localizados nos bairros de Boa Viagem, Bairro do Recife, Cordeiro, Graças e Complexo de Salgadinho, no Recife, e também em Olinda, Camaragibe, Itapissuma e Ipojuca, na Região Metropolitana, além de Gravatá, no Agreste (veja vídeo abaixo).
A investigação que resultou na operação desta quinta teve início a partir da análise dos materiais apreendidos na primeira fase da Operação Casa de Papel, que revelou possível participação de uma pessoa com prerrogativa de foro em um esquema de corrupção, favorecimento em licitações, entre outros crimes ali apurados.
O nome da operação foi inspirado no termo em latim do adjetivo articulado, em alusão ao papel de articulador supostamente exercido pela pessoa com prerrogativa de foro investigada, que não teve o nome e cargo divulgados.
A operação Casa de Papel foi deflagrada no dia 16 de junho pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal (MPF), com o objetivo de investigar irregularidades na compra emergencial de materiais médicos, em decorrência da pandemia do novo coronavírus (veja vídeo acima).
Na data, foram investigados contratos com dispensa de licitação firmados entre prefeituras pernambucanas e a empresa AJS Comércio e Representação LTDA. Segundo a PF, os valores somavam quase R$ 9 milhões.
Os contratos haviam sido firmados com os municípios do Recife, Cabo de Santo Agostinho, Olinda, Paulista e Jaboatão dos Guararapes. Na época foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão nessas cidades, tanto nas prefeituras quanto na sede da empresa e nas residências de seus sócios.
Durante as investigações, segundo a PF, foram constatados indícios de que a empresa contratada pertencia a um grupo econômico do setor gráfico, que estaria sendo beneficiado com contratos públicos milionários há mais de uma década.
Fonte: g1.globo.com