PF faz buscas em endereços ligados à família de Aécio Neves em Belo Horizonte

Segunda fase da Operação Ross investiga lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Casa da mãe do senador é um dos alvos.

A Polícia Federal cumpre três mandados de busca e apreensão em endereços ligados à família do senador Aécio Neves (PSDB), nesta quinta-feira (20), em Belo Horizonte. Os locais são a casa da mãe do parlamentar, além de uma empresa de comunicação, que seria da jornalista Andrea Neves, irmã de Aécio, e do primo Frederico Pacheco, além da casa deste. Esta é segunda fase da Operação Ross, que investiga o recebimento de vantagens indevidas do grupo J&F, entre os anos de 2014 e 2017.

As buscas desta quinta-feira (20/12) foram determinadas pelo ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF). Devem ser recolhidos documentos em papel e arquivos digitais.

O objetivo, segundo a PF, é coletar elementos que podem indicar lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Às 7h50, agentes descaracterizados deixaram a casa de Pacheco, na Rua Patagônia, no Sion, na Região Centro de Sul. Por volta das 9h50, uma viatura chegou à casa da mãe de Aécio, na Rua Pium-í, no Anchieta, onde já haviam oito policiais desde o início do dia.

No dia 11 deste mês, com o apoio do Ministério Público Federal, foram cumpridas ordens judiciais em imóveis do senador e da irmã dele, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Atualmente senador, Aécio termina o mandato neste ano e, no próximo, assume uma vaga na Câmara dos Deputados.

A reportagem tenta contato com os advogados de Andrea e da mãe. A defesa de Pacheco foi contatada e um retorno é aguardado.

Em nota, o advogado de Aécio, Alberto Zacharias Toron, disse que recebeu com surpresa e indignação a notícia de busca na casa da mãe do senador porque ela está totalmente desvinculada dos fatos em apuração.

Ainda segundo Toron, a busca teria sido motivada por uma "denúncia anônima" de que o imóvel teria recebido caixas com documentos no dia da Operação Ross, o que é mentira. A defesa lamentou a afronta à intimidade da mãe do senador.

Toron afirmou que a empresa Albatroz foi fechada há vários anos, sendo, portanto, incompreensível o pedido de busca, e que Aécio está à disposição das autoridades.

A J&F disse que não vai se manifestar sobre esta fase da operação.

Fonte: g1.globo.com