Polícia Federal faz operação contra superfaturamento de equipamentos médicos

Ação cumpre sete mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro após suspeitas de irregularidades de mais de R$ 3,5 milhões

A Polícia Federal cumpre nesta quinta-feira (11) sete mandados de busca e apreensão como parte da Operação Ossobuco, que tem por objetivo apurar um suposto esquema de fraudes em contratos na área da saúde.

A polícia investigou a prática dos crimes de organização criminosa, peculato, fraudes em licitação e lavagem de dinheiro, tendo em vista os indícios de direcionamento e superfaturamento em contratos firmados com empresas responsáveis pelo fornecimento de materiais de neurocirurgia e ortopedia a hospitais federais dos Servidores e do Instituto Nacional do Câncer (Inca), sediados no Rio de Janeiro.

Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Além da Polícia Federal, representantes da OAB também apoiam a operação. Os agentes estiveram em condomínios de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

Um dos alvos é uma empresa especializada em material neurocirúrgico que tem parcerias com empresas estrangeiras e filiais na Bahia e em São Paulo. Na casa de um dos alvos foi apreendido um malote com documentos e mídias.

A polícia verificou indícios de direcionamento em procedimentos licitatórios em hospitais. Os recursos públicos federais, sob suspeitas de irregularidades, somam mais de R$ 3,5 milhões, tendo as investigadas movimentado mais de R$ 100 milhões em suas contas bancárias, inclusive por meio de sucessivos e milionários saques em espécie

Em 2015, o Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro pediu uma investigação na Procuradoria da República do Estado das atividades da empresa alvo da operação de desta quinta-feira (11), alegando possíveis danos à saúde de pacientes que foram implantados com próteses fornecidas pela empresa, além de suspeita de outras práticas ilícitas.

O MPF à época chegou a informar que outros processos tramitavam pelos tribunais criminais do Rio contra a mesma companhia, que fornece próteses e insumos cirúrgicos para o mercado brasileiro. As ações foram movidas por pacientes submetidos a colocação de parafusos na coluna, por profissionais que atuam em hospitais das redes privada e pública e ficaram com sequelas após a ruptura do artefato.

O advogado Rodrigo Roca, que representa a empresa, classificou como absurda a operação. Segundo ele, o que foi apreendido (celular e notebook) poderia ter sido juntado aos autos por petição. “Não houve qualquer indício de ilícito. A operação é exagerada, desnecessária e intempestiva”, disse Roca.

Fonte: cnnbrasil.com.br