Senhores, gostaria de fazer aqui alguns exercícios de reflexão com os senhores...
Pode parecer estranho, mas penso que o OPF AGORA NÃO é o momento! (sem ironias...). Não é mesmo! Explico: Não é o “momento” porque perdemos o princípio da oportunidade, e, na quadra atual, chegamos a um impasse e, já apresentamos até uma contraproposta do que já foi colocado pelo DG/MJ.
Penso que não há espaço para alçamos (no momento) índices acima do já consolidado para todos os servidores... O GF JAMAIS cederá nas condições atuais para não ficar em condições de fragilidades perante o resto dos servidores, inclusive da própria PF, incluindo-se aí os adms.
Outra questão de não menos importância é fazermos um enfrentamento (ou confronto, seria a palavra mais apropriada) direto (tipo, ameaças, paralisações, etc.) com o GF... Todo e qualquer governo tem de manter, minimamente a governabilidade, e nela, inclui-se o controle da administração, nela inserida a de pessoal.
Assim, penso que estrategicamente, o melhor caminho agora seria a política (em todos os sentidos), inclusive, de uma “parceria”, nem que seja como fazem os políticos, por interesse próprio e com o fisiologismo necessário.
Logo, creio que um grande avanço seria “costurar” um entendimento com o GF, que assegurasse um acordo com as atribuições dos ATUAIS cargos, com um maior grau de complexidade; o NS na LEI com a maior clareza possível, e não como está redigida na L9266/96 que se refere apenas à forma de ingresso; e, o compromisso formal de continuar as negociações para implantação da tabela salarial nos níveis dos cargos de NS do SPF.
Nesse acordo, ficaria aceito os 15,8% apenas como forma de correção monetária (inflação) dos anos anteriores e para acompanhar o universo dos demais servidores.
Nesse sentido, poderíamos ter as seguintes análises:
1 - o GF (especialmente a presidente Dilma) sairia fortalecido em relação à opinião da mídia e dos demais servidores na medida em que a PF, estaria “aceitando” o proposto, com um dividendo político alto para o governo, com certa tranquilidade para os eventos próximos;
2- Abrir-se-ia, uma nova relação de forças do Movimento Sindical nas negociações (que continuariam) com um compromisso formal (assinado) do GF de “estudar” um reenquadramento já com as atribuições “formalizadas” numa MP, o que daria “argumento” para o GF, diante outras categorias, de alterar a remuneração sem considerar “aumento”;
3- Buscaríamos construir novas propostas para consolidar um novo modelo na construção da Carreira Policial Federal e a nossa participação na gestão da PF.
No entanto, caso optemos por uma estratégia de “confronto”, podemos fazer a seguintes análises:
1 – o GF não cederá e entregará – cada vez mais – nossas atribuições para outros organismos, pois se não agir assim, estaria enfraquecido perante a mídia e demais servidores, situação em que poderia perder a governabilidade da administração, especialmente perante a uma fraqueza demonstrada, o que inevitavelmente seria assimilada por outros setores que poderia reivindicar nos mesmos moldes;
2 – Continuaremos sem nenhum tipo de aumento (nem os 15,8) de correção inflacionária e, muito menos de reestruturação de salário com base no NS;
3 – Fecharíamos toda e qualquer possibilidade de continuarmos negociando;
4 – Em um movimento de confronto, com greves, paralisações, etc., em época de copas (e isto no pretenso país do futebol), e manifestações mais diretas, nós teríamos a mídia e opinião pública como verdadeira oposição as nossas reivindicações.
Por fim, devemos como ter como parâmetros algumas categorias tão ou mais forte que a nossa – como a RFB e a PRF – que fez “acordo” com o GF e agora começa a “aparecer” na mídia, ter alguma estratégia para adiante...
É certo que há casos em que o GF cedeu como o dos professores universitários e dos militares. No entanto, os dois casos já vinham sendo tratados de forma isolados pelo Governo Federal, na medida em que o governo assimilava serem estes casos fora do contexto dos demais servidores que haviam recebidos aumentos bem altos durante o governo do PT anterior.
Mas, e nós, não éramos um caso diferenciado e que não tínhamos tido o mesmo tratamento do governo anterior? Sim! Só que o GF não tinha entendido assim e nem assimilado essa diferença entre os EPAs e os delegados e peritos. E, quando se apercebeu disso, estávamos no turbilhão das negociações dos demais servidores e com um “rabo” a ser puxado: PCDF e PRF.
Assim, penso que devemos buscar diminuir a tensão, sem perder a MOBILIZAÇÂO, e deixar nossos representantes negociarem...
Por fim, lembro que outras ações sindicais, de enfrentamento direto com os delegados, DEVEM continuar fortes.
Nosso inimigo maior não é o governo (seja qualquer ele) e sim os delegados! Afinal, os governos não tem ligação direta com o nosso dia-a-dia e não tem interesse efetivo de prejudicar (vide PRF que está tendo melhor tratamento) se não “atrapalharmos” a governabilidade (dentro do pensamento que eles devem ter) das ações deles, como eventos, etc. Ainda que, apliquemos a cartilha e façamos os enfrentamentos diários e internos com os delgados.
Fagundes