PF deflagra 70ª fase da Operação Lava Jato

Operação Lava Jatoção Lava Jato, batizada de Óbolo. A ação tem como objetivo coletar provas de crimes de corrupção de agentes públicos, organização criminosa e lavagem de dinheiro relacionados a contratos de afretamento de navios celebrados pela Petrobras e sob responsabilidade da diretoria de abastecimento da empresa pública.

Os agentes cumprem 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo, no Rio e em Niterói, com o objetivo de colher evidências do envolvimento de empregados vinculados à diretoria de abastecimento e logística e gerência de afretamentos da Petrobras com atos de corrupção e lavagem de dinheiro.

Os policiais ainda buscam provas de corrupção por parte de pessoas e empresas que aparecem nos negócios investigados como intermediários (brokers) e teriam corrompido funcionários da estatal para garantir negócios de fornecimento de transporte de produtos para a Petrobras.

Há suspeitas de que algumas empresas teriam sido beneficiadas com informações privilegiadas sobre a programação de contratação de navios utilizados para transporte marítimo de petróleo e derivados da empresa, tendo vantagem na captação de negócios. Em contrapartida, há evidências de pagamentos de propina a empregados da empresa pública.

Segundo a investigação apenas três empresas que são alvos de mandados nesta fase estabeleceram mais de 200 contratos de afretamento de navios, entre os anos de 2004 e 2015, em valores que ultrapassam R$ 6 bilhões de reais, sendo a remuneração de corretores intermediários (brokers) determinada pela atividade de aproximação entre os armadores de navios e a Petrobras. A suspeita do pagamento da corrupção recai sobre os valores recebidos pelos corretores intermediários que, mesmo estabelecidos em uma pequena porcentagem dos contratos, alcançam vultosas somas de dinheiro e - apura-se - contribuíram para abastecer esquemas de corrupção sistemática reiteradas vezes demonstrados ao longo da Lava Jato.

O nome da nova fase faz referência à moeda que, de acordo com a mitologia grega, era usada para remunerar o barqueiro Caronte, que conduzia as almas através do rio que separava o mundo dos vivos dos mortos.

Fonte: noticias.uol.com.br