Comunidade vive no Noroeste, região localizada a 11 km do Congresso Nacional. Operação cumpre seis mandados judiciais nesta terça-feira (18).
Policiais federais cumprem, na manhã desta terça-feira (18), seis mandados judiciais no Santuário dos Pajés, no Distrito Federal. A operação investiga uma suposta fraude processual na demarcação do território.
A área – considerada sagrada pelos indígenas – está localizada no Noroeste, área nobre de Brasília a 11 quilômetros do Congresso Nacional (veja detalhes abaixo).
Ao todo, são cinco mandados de busca e apreensão no território e um mandado de busca exploratória. A força-tarefa, que mobilizou 80 agentes nas ruas da capital, foi autorizada pela 15ª Vara Federal do DF.
Segundo a PF, o objetivo também é realizar perícias no local e investigar a denúncia de posse ilegal de armas de fogo por moradores.
Até a publicação desta reportagem não havia informações sobre presos. Os envolvidos podem responder por fraude processual e posse irregular de arma de fogo. A pena prevista para esses casos é de até cinco anos de prisão.
Demarcação
Em junho de 2018, após uma década de negociação, a comunidade indígena que vive no Noroeste e a Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap) fecharam um acordo para a demarcação de terras localizadas na região.
Os indígenas da aldeia urbana reivindicam a presença no local desde 1960. Parte da área, equivalente a 30 campos de futebol, fica dentro de uma unidade de conservação.
O conflito começou em 2008, quando lotes do setor Noroeste começaram a ser vendidos. À época, os índios alegavam que a área serviu como cemitério indígena antes da construção de Brasília e que, por isso, teria valor sagrado.
Santuário dos Pajés
Pelo menos 150 indígenas viviam no território conhecido como Fazenda Bananal e no Santuário dos Pajés até o ano passado. Além do cemitério ancestral, a área também abriga um templo dedicado ao culto de Tupã – divindade indígena.
As casas construídas na aldeia se dividem entre alvenaria e taipa. O acesso é a partir da quadra 108 do Noroeste ou pela DF-003. No local há também a estrutura de uma escola indígena, desativada há quatro anos, onde as crianças aprendiam o tupi.
Fonte: g1.globo.com